SP 05NOV19

halloween

Com o distanciamento histórico de alguns dias, já pra falar do 'halloween' de 2019, que ocorreu em alguns dias da semana passada.

Lembro que o halloween era um evento restrito aos cursos de ingles, um cosme e damião gringo e invertido, onde se pede ao invés de receber, que era traduzido genericamente como 'dia das bruxas'.

Surgiu uma linha acusando a data de colonização cultural que desembocou na criação do 'dia do saci', como forma de valorizar o folcore nacional. Mais recentemente a estética do 'dia de los muertos' mexicano trouxe Catrinas, Calaveras e outra linguagem a data.

Este ano me pareceu que havia mais envolvimento das pessoas com o evento: fui a bar decorado com teias de aranha e gente muito fantasiada biritando, vi no insta stories de halloween corporativo em escritórios e, aqui na vila olimpia, tive que conviver com o incômodo de almoçar no quilo com dráculas empapados de sangue falso e bruxas com baratinhas e aranhas na roupa, algo inédito e desagradável pra mim, que fui pego de surpresa. Vi na internet crianças fantasiadas do personagem lunga, do maravilhoso filme bacurau. vi que algumas fantasias abandonaram a temática terror e se tornaram algo mais livre. acho que pode se tornar um marco para o início das preparações do carnaval, uma vez que coincide com as definições dos sambas enredos das escolas de samba e com a retomada de ensaio dos blocos de carnaval de rua.

de qualquer modo, acho fantástico que quase um século após o manifesto antropofagista seguimos deglutindo e produzindo algo novo com os elementos que aqui estavam, seja dos invasores que se impuseram pela violência ou dos que foram aqui exilados à força. sendo esta a origem de nossa formação, a partir desta perspectiva agimos e criamos.


abs
juan,
de sp

05OUT19

01MAR18

hoje faz 453 anos que foi fundada à beira da baía, na topografia recortada, sobre mangues e floresta, uma cidade invadida, retomada, dividida, partida, costurada, misturada, demolida, aterrada, abandonada, explorada, resistente, maravilhosa; uma provinciana metrópole olímpica, capital de colônia, reino, império, república, estado. feita de becos e buracos, (choupanas, tendinhas, barracos), avenidas, bulevares e ruas de alma encantadora, para onde todo o mundo olha e de onde eu vi o mundo primeiro: parabéns rio de janeiro, que você exista por muitos milênios, nas rochas duras resistentes aos banhos do mar gelado !

abrass

juan,

hoje de sampa

sempre do rio

RIO DA PRATA 22AGO17

cruzando o plata, sorrio entre suas orelhas, arrabaldes dos pampas;
nas milongas e parrillas, desfrutando tragos, puchos, mates, chori y chimi,
reconheço trechos da minha pátria ampla, latinoamericana, união de povos que se fundiram sob o cruzeiro, cujas fronteiras são abstrações.

saludos,
Juan,
del plata,

SP 31OUT16

São Paulo, a cidade das filas grandes que andam rápido; das pessoas que sentam no chão do metrô mas preferem ficar em pé amontoadas ao lado da porta do que sentar nos assentos vazios de ônibus, metrôs e trens.

Abrass,
Juan,
de Sampa

SAO PAULO 15JUN16

A 23º graus sul e a uma semana do solstício de inverno,
o sol se levanta deitado na manhã fria e ilumina a névoa

-- Juan Otoya

SAO PAULO 31JAN16

enfim grito meu carnaval!

são paulo já tem muitos focos intensos de bom carnaval, fantasias; 

o bloco soviético é um sucesso comunista, todos de vermelho e até o presidente do psol, o ivan valente apareceu por lá.

na batata ontem a orquestra voadora tocou no meio da galera, sem crowd multidão; vimos o secretario municipal de cultura, nabil bonduki organizando as coisas por lá.

quando o show acabou um helicoptero da policia civil apareceu voando baixo em cima do largo com o holofote na galera, pra dispersar. achei muito estranho.

emendamos no cu do padre, o bar das batidas, fomos pra guacuí o pticio tava fechado, paramos entre o toma-todas e o bar do onofre. nas mesas na rua muita gente animada e fantasiada tentando fazer um samba improvisado, apareceu um cara com uma cachorra idosa e um cooler no carrinho de supermercado alguém levou cum pandeiro, surgiu um agogô, eu tirei meu apito do bolso e começamos com a cantoria; o pessoal nao sabia muitas letras, mas cantava forte. alguem sabia umas letras do geraldo filme!

pela primeira vez na vida fui chamado de tiozão maneiro pela juventude boêmia

parece que o rei momo daqui suspendeu a aplicação da lei do psiu e os bares e pessoas ficaram na rua até tarde.

a saideira foi no isopor do ponto de ônibus, às 3h da manhã. e a cada 15 minutos passava um noturno pra barra funda. descemos na sumaré e comemos um dogão paulistano completo, com purê de batatas, no trailer.

agora que a rapaziada precisa essa semana agora ensaiar mais o repertório de sambão pra não ficar preso ao trem das onze na semana que vem isso precisa.

Abrass
Juan,
de Sampa

ps - anexo a este telegrama umas fotos de ontem!

Longneq !

bar das batidas

cervejas

Bares abertos até tarde da noite

lugares descolados

bar toma todas

tentando fechar mas nao consegue

registrando desde sempre

batucada improvisada na garrafa

cantoria de rua cheia de fôlego mas com pouca letra

o garçom maneiro do bar do onofre

SAO PAULO 26JAN16

Fatos preliminares do pré-carnaval de rua de são paulo 2016 até agora:

Não vi serpentina ainda mas já vi confete quadrado;

As pessoas por aqui andam tão montadas que em muitos casos não dá pra saber se são assim ou estão fantasiadas de alguma coisa;

Não vi banheiros químicos nas ruas

A cerveja que a patrocina o carnaval de rua é a Amstel.

A vila madalena fica irreconhecível de tão cheia.

0% dos sambas escutados eram bons;

10% dos ritmistas de blocos tocavam em harmonia e na cadência;

50% dos ritmistas pareciam mais preocupados em ser fotografado com instrumento do que ouvir o mestre.



Vamos acompanhar a evolução da festa de rua na próxima semana

Abrass,
Juan,
de Sampa