terça-feira, 18 de agosto de 2015

RIO 14AGO15

uma semana de volta ao rio


Aproveitando o dia dos pais e a maré mansa,  passei uma semana inteira no Rio , após um bom tempo e registro estas constatações

na chegada no domingo de dia dos pais,  o bus que me levava ao centro desviou por conta da corrida da light no rio antigo: atletas percorrendo as charmosas ruas fedidas do centro, entre lindos casarões decadentes. 




nesse domingo, passei o dia na lapa, a beira de uma piscina onde turistas se refrescavam sob a vista de janelas tomadas de roupas penduradas sobre fachadas descascadas nos prédios ao redor.






na segunda peguei um 238 e fui ao andaraí conferir o samba do trabalhador no renascença e lá é onde está concretizada a imagem do rio de quem gosta de samba: os sambistas na mesa ao centro  cercados por gente que gosta de samba de todas as idades acompanhado a batucada nas palmas, entoando no gogó os repertório que todos conheciam e portando baldes de cerveja, observados pelo moa e amigos, com seu vinho e sua churrasqueira particular. 





na terça dei um pulo de metrô na barraca do baiano do fasano durante a semana - portanto sem muvuca- e o mar forte e mais gelado do que eu me lembrava garantiu a manutenção da memória: a praia de ipanema continua um espetáculo o mate de latão, cagarras camarão na bandeja árabe fantasiado.



passei uma noite na lapa, e se alguma vez eu ousei dizer que a augusta parece a lapa, eu exagerei. só a lapa é lapa. logo após os arcos, de um lado os metais de um mambo competiam com a fanfarra no bar em frente pra deleite dos confusos turistas que tomam caiprinha da barraca. a lapa  (ao contrário da augusta que se desloca para a roosevelt) se expande e fui a um bar lá na ubaldino do amaral com a henrique valadares onde um grupo de amigos cantava animadamente sambas e pagodes sem nem se incomodar com uma garrafa de vidro que se espatifou no meio da rua, atirada por moradores acuados em seu sossego querendo empurrar a lapa de volta para a mem de sá. Tb notei que tem um super mário em azulejo o lado da casa da cachaça e que o beco da noite sempre se manterá aberto para quantas saideiras você etiver a fim.

nos bares e restaurantes,  a era dos garçons grosseiros parece ter entrado em declínio: os atendentes continuam confusos e mal informados, mas parecem mais interessados em ajudar.

na sexta após uma visita às pesquisas no magnífico arquivo nacional recém reformado, com suas bancadas de estudo de primeira linha, atravessei o campo de santana com multidões de cutias, patos, gansos e gatos pra ir comer kafta e arroz com lentilha no saara, que sempre me parece ser uma 25 de março mais organizada.











percebi que estou alinhado com os amigos da minha idade, que atravessam uma fase "boemia aqui me tens em recesso": em uma semana joguei bola, corri e nadei, alem de ter recebido convites pra subir a pedra da gávea, jogar volei no aterro e treinar jiu jitsu nas laranjeiras. 

na sexta a noite, encontro os ônibus atrasados meia hora e posso tranquilamente tomar uns latões de brahma do ambulante fumando uns marlboros enquanto espero, um pouco afastado da inexistente plataforma 49 da 1001 abarrotada, para não incomodar os demais passageiro antes de embarcar de volta para sampa. 





fico com a impressão que o rio de janeiro continua lindo e o rio de janeiro continua sendo um caos, uma cidade de contrastes que não é pra todos, mas aonde eu me reconheço: uma bagunça onde me encontro e uma desordem estabelecida da qual faço parte. 

como já disse outra vez:

viajo leve
pois volto em breve:
deixo a praia
deixo o morro
deixo a sunga
levo o gorro



Abrass,
Juan
do Rio




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quinta-feira, 6 de agosto de 2015

SAO PAULO 06AGO15

sobre essa inconstante, complexa, simultânea e múltipla percepção de "lugares onde me sinto em casa":

lar é onde estou ou enquanto àqui pertença


hoje,


o sumaré é meu rebouças

as antenas, meu cristo
perdizes, meu castelo

abrass, 

juan, 
de sampa

luz azul iluminando o sumaré na noite de 31JUL15

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